Cirandar retoma ações no território das Ilhas

A ONG Cirandar tem uma histórica relação com o território das Ilhas, em Porto Alegre, e voltou a fortalecê-la. Neste ano as atividades do Cirandar foram retomadas na região.

A partir do ano de 2013, o Cirandar contribuiu para o desenvolvimento de ações de fomento à leitura e à cultura nesta zona da Capital, incluindo a abertura e o funcionamento da Biblioteca Comunitária do Arquipélago. Por conta das mudanças geradas pela construção da nova ponte do Guaíba, como a realocação de parte da população local em outros pontos da cidades e o fechamento da biblioteca, os trabalhos não puderam ter continuidade com o mesmo formato e intensidade.

Porém, em 2022, por conta de projeto aprovado que conta com recursos financeiros provenientes do Ministério do Turismo através da Secretaria Especial da Cultura, via emenda parlamentar da deputada federal Fernanda Melchionna, o Cirandar se reconecta com o território das Ilhas. São realizadas mediações de leitura, encontros com autores e organização de clubes de leitura. As ações são feitas junto a cinco entidades parceiras.

Após trabalhar durante os últimos anos em conjunto com entidades da região, além de ter mantido a produção de projetos voltados para o território das Ilhas, o Cirandar retoma esta presença na localidade, conforme destaca a coordenadora Márcia Cavalcante: “agora a gente volta com toda a força. Teremos um público diversificado: crianças, educadores, jovens e adultos. Tem tudo para dar super certo”.

A presidenta da Associação AFROSOL (Associação Afrocultural Unidos do Pôr do Sol ), Beatriz Gonçalves Pereira, celebra a presença do Cirandar na região: “este projeto estar no território das ilhas significa esperança, força e continuidade. Eu conheço o Cirandar há muito tempo e conheço o trabalho feito no território. E foi um belo trabalho. Pensar em nós, uma região que continua sendo a primeira ainda em vulnerabilidade é dar asas à juventude, às mulheres e aos menos favorecidos economicamente”.

Na Ilha da Pintada, são realizados encontros com autoras, como na AFROSOL, onde as atividades envolverão autoras negras. Na Ilha Grande dos Marinheiros, encontros com autores e formação para educadores e interface com currículo vão ser promovidos no Centro Social Marista Águas.

Na Ilha das Flores, as atividades se concentram em dois locais. Em um deles, a Instituição de Educação Infantil Anjo das Flores, há rodas de histórias, implementação de estante de livros, aprimoramento do acervo e formação de educadoras. Na Escola Estadual Oscar Schmitt, um clube de leitura foi criado.

Na Ilha do Pavão, na Associação de Moradores local, a programação inclui atividades culturais, como “gente grande também brinca” e “cadê a infância”, além de doação de livros. A leitura e a cultura ganham novos territórios nas Ilhas.