Cirandar forma mediadoras de leitura em parceria com o IFRS/Campus Restinga

A promoção da leitura é um dos propósitos do Cirandar. A formação de quem dissemina o amor aos livros e a aproximação entre pessoas e literatura também faz parte desta rotina. Nos dias 25 de junho e 8 de julho, o Cirandar ofereceu uma formação de mediação de leitura para licenciandas do curso de Letras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Restinga.

A professora Nathália Gasparini, de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Literaturas do IFRS/Campus Restinga, que intermediou a parceria com o Cirandar, explica por que este trabalho conjunto foi importante para elas: “desde os anos 1980 a pergunta que não quer calar nos cursos de formação de professores em Letras é: como prepará-los para, atuando nas escolas, formar leitores e cidadãos capazes de utilizar a língua portuguesa para agir no mundo e também para fruir da literatura como uma experiência que é direito de todos e todas? Todo mundo sabe que essa não é tarefa fácil para a escola, muito menos para os cursos de Licenciatura. Por isso propus a parceria com a ONG Cirandar. Conhecendo o lindo e reconhecido trabalho de promoção do livro e da leitura, pedi que compartilhassem com as licenciandas do IFRS/Campus Restinga um tantinho deste conhecimento acumulado ao longo do tempo, como forma de proporcionar a essas estudantes uma experiência imersiva em uma biblioteca viva”.

Nathália também destaca o que ficou de herança dos dois sábados de formação: “acho que nessa parceria, o recado foi dado para essas educadoras: a literatura, aquela que a gente espera que chegue nas escolas, não se parece nada com livros empoeirados na estante e fichas de leitura chatas para preencher. Ela se parece é com o Cirandar: ela é colorida e vibrante, mexe com nosso imaginário, nossos sentidos e nossa criatividade. Por tudo isso, sou muito grata pela nossa parceria”.

Uma das licenciandas que participou da formação foi Bárbara Paiva. Ela conta que deixou a Biblioteca Cirandar com uma percepção diferente sobre o tema: “muitas pessoas afirmam que não gostam ou não conseguem ler porque acham chato e cansativo. Participar da oficina de mediação de leitura na Cirandar deu uma amostra de que é possível mudar essa percepção. As atividades propostas abriram um baú de possibilidades de atividades que podemos desenvolver para ajudar no desenvolvimento de leitores autônomos, encantando-os da maneira como fomos encantados”.

Bárbara relata o que mais lhe chamou a atenção durante a formação e cita Márcia Cavalcante e Renata Toigo, que compõem a coordenação colegiada do Cirandar: “a presença constante daquele objeto que pode ter diferentes formas e servir de chave para diferentes sensações: o livro. O Cirandar oferece a oportunidade de não só ler/ouvir suas histórias, mas também de interagir, manusear, mergulhar nas palavras e imagens presentes nos livros. E tudo isso de uma maneira quase mágica. O trabalho de mediação feito pela Renata e a Márcia nos transportam para dentro do livro, fazendo vivenciar cada detalhe, cada sensação e despertando o desejo de conhecer novas histórias”. E complementa: “traz o desejo de compartilhar aquele afeto com o universo a nossa volta: amigos, filhos, alunos e todos que ainda se mostram resistentes a desbravar esse mundo maravilhoso, que é o da literatura”.

A formação em mediação de leitura será concluída no dia 20 de agosto, quando as participantes voltam à Biblioteca Cirandar para uma roda final de compartilhamento de práticas. As estudantes, dividas em duplas, escolheram locais do bairro Restinga para colocarem em prática aprendizagens recebidas no Cirandar.